Santarém|PA – Na última sexta-feira, 24, a Escola de Artes de Santarém foi o cenário de um evento que reuniu pesquisadores, educadores e a juventude do Tapajós: o Seminário Escola D’água - “Educação ambiental, sustentabilidade e clima”. Promovido pelo Instituto Mureru Eco Amazônia (IMEA), por meio do projeto Escola D’água, o seminário revisitou discussões essenciais sobre educação ambiental, sustentabilidade e mudanças climáticas.
Lucineide Pinheiro, coordenadora do Projeto Escola D’água em Santarém, destacou que a formação anual dos professores visa debater as problemáticas ambientais da região. “Nós estamos hoje aqui com a formação dos professores na área de educação ambiental. Essa é uma formação anual que está voltada para professores da rede estadual e municipal de ensino. Estamos discutindo com as escolas que entraram no projeto nos últimos anos. Esperamos uma grande e fecunda discussão”, comenta.
A programação do evento iniciou com a abertura oficial, que contou com a presença de representantes das instituições organizadoras. Seguido do primeiro painel do dia, intitulado “Educação Ambiental nas Escolas em Tempos de Emergência Climática”, conduzido pelo Prof. Dr. Mauro Márcio Tavares da Silva, Coordenador Pedagógico de Educação Ambiental da SEDUC-PA, e pela Profª. Dra. Marilena Loureiro, do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA/UFPA). Mediado pelo Prof. Dr. Everaldo Portela, o painel abordou a necessidade urgente de incorporar práticas de educação ambiental nos currículos escolares, destacando estratégias e desafios enfrentados em um contexto de crise climática global.
Prof. Marilena Loureiro, da UFPA, destacou a importância do evento para a região. “Esse evento se coloca como muito importante para ampliação da conscientização pública em torno de uma pauta absolutamente fundamental e ainda pouco visível. As pessoas vêm tratando como ‘desastres naturais’ ou ‘respostas da natureza’ como se esses eventos estivessem dissociados da forma como a sociedade humana vem se relacionando com a natureza. Por isso é tão importante para gente conversar sobre educação ambiental”, disse.
A discussão continuou com o painel “Educação Ambiental e o Protagonismo dos Povos das Águas e das Florestas”. A Profª. Dra. Raimunda Lucineide Gonçalves Pinheiro, da UFOPA/IMEA e Coordenadora do Projeto Escola D’água em Santarém, juntamente com a Esp. Valcléia Lima Solidade, Superintendente de Desenvolvimento Sustentável de Comunidades da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), compartilharam suas experiências e conhecimentos. Sob a mediação da Prof. Msc. Rosa Luciana Rodrigues, as palestrantes enfatizaram a importância de valorizar e integrar o saber tradicional das comunidades ribeirinhas e indígenas nas políticas e práticas de sustentabilidade ambiental.
Valcléia Lima Solidade, da FAZ, compartilhou sua visão sobre a importância da ação do terceiro setor na pauta ambiental e climática. “Como o terceiro setor pode contribuir para uma educação mais relevante, que possa alcançar quem está lá na ponta. Trouxe para o seminário, um pouco da nossa experiência, o que estamos fazendo no Amazonas, sobre uma educação que evolve desde o pequeno até o adulto”, reforçou.
À tarde, os participantes se dividiram em Grupos de Trabalho (GTs) para discutir “Educação Ambiental e o Protagonismo das Escolas Públicas de Santarém: Expectativas para a COP30”. Esses grupos debateram propostas e soluções práticas para serem apresentadas na próxima Conferência para o Clima (COP30), com foco na contribuição das escolas públicas para a agenda climática global.
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