Evento reuniu estudantes e professores para celebrar os 10 anos de atividades de educomunicação socioambiental do projeto Escola D’água em Santarém, Pará
Nos dias 28 e 29 de novembro, Santarém – PA foi palco do Festival Juventudes das Águas: Educação, Território e Justiça Climática, realizado pelo Instituto Mureru Eco Amazõnia (IMEA), por meio do projeto Escola D’água. O evento, que aconteceu na Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), marcou os 10 anos do projeto Escola D’água no município paraense e reuniu mais de 150 estudantes e educadores, em torno de uma programação repleta de aprendizado, arte e reflexão.
Entre os destaques do festival, estiveram as atividades educomunicativas, que mostraram o potencial dos estudantes na criação de conteúdos que conectam educação ambiental, cultura e justiça climática. Produções audiovisuais, concursos de paródias e apresentações culturais foram desenvolvidos pelos próprios alunos, promovendo o protagonismo juvenil e o fortalecimento de suas vozes.
Para a coordenadora do projeto Escola D’água em Santarém, Lucineide Pinheiro, o festival reforçou o papel transformador da educomunicação. “Esse festival é a culminância de 10 anos de trabalho. Estamos ampliando as vozes das juventudes de rios, das florestas, urbana, quilombolas e ribeirinhas. Estou muito emocionada com a participação dos jovens embaixadores! A presença deles nas apresentações e nos debates nos enche de orgulho e são a prova de que é possível desenvolver projetos educomunicativos de qualidade na Amazônia” disse.
Ao longo dos dois dias de programação, as apresentações culturais foram um dos momentos mais vibrantes do festival, com as escolas participantes do projeto trazendo ao palco expressões artísticas que valorizavam a cultura amazônica. Os alunos emocionaram o público com danças típicas como o carimbó, roda de capoeira e performances de canto que exaltavam a conexão com o território e as águas.
“Nós trouxemos para o festival a cultura do carimbó com o nosso grupo de dança ‘Conquista de Carimbó’. Somos da Comunidade de São Brás e lá a dança do carimbó é muito tradicional. A cultura enriquece nosso coração, sempre que ouvimos carimbó dá vontade de dançar”, comentou Kedson, aluno da Escola Municipal de Ensino Fundamental Boaventura Queiroz, uma das 17 escolas participantes do projeto.
Outro destaque foi o Concurso de Paródias e Produções Audiovisuais, no qual os jovens exibiram vídeos que mostravam a realidade e os desafios ambientais enfrentados pelas suas escolas e comunidades, além de criarem letras de música que destacavam a importância da conservação ambiental.
Carlos Arapiun, da Aldeia Indígena Karusy, estudante da Escola Municipal Nossa Senhora do Carmo, apresentou uma paródia de música Trap (gênero derivado do Rap) em Nheengatú, língua indígena da Amazônia. “O que eu quis expressar com a minha paródia é que a gente tem que conscientizar e ensinar as nossas crianças que elas são o futuro.”, destacou.
As exposições fotográficas e os estandes das Escolas D’água também trouxeram à tona a criatividade dos participantes, com registros que documentaram a relação das comunidades com os recursos naturais e os desafios vivenciados no dia a dia.
Sobre o Projeto Escola D'água
O projeto Escola d’água faz parte do programa internacional Swarovski Waterschool, implantado em Santarém, no ano de 2014, em parceria com o Earth Child Institute. De 2017-2021, o projeto passou a ser executado e coordenado pelo Instituto Mureru Eco Amazônia e avançou para 45 escolas polos e 25 escolas parceiras. A iniciativa visa inspirar as gerações presentes e futuras a praticar o uso sustentável da água, garantindo saúde e disponibilidade de água limpa para todos. Atualmente trabalha com 17 escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio, de territórios indígenas e quilombolas, de regiões ribeirinhas de terra firme e de áreas alagáveis ou áreas de várzea, além de escolas do planalto e da cidade.
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